domingo, 4 de dezembro de 2011

Academias da Saúde também são espaços de cidadania

Junto com participantes da 14ª Conferência Nacional de Saúde, ministro Alexandre Padilha participa de aula com professores da Academia da Saúde e ressalta os benefícios do programa, que já contemplou 1.828 municípios até hoje

“As academias da saúde são mecanismos de aprimoramento da gestão, de forma a investir não apenas no tratamento de doenças, mas na prevenção”, resumiu o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao explicar a razão de ser do Programa Academia da Saúde, que estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividades físicas e lazer em todo o Brasil, com 2 mil pólos selecionados para receber o apoio do Ministério da Saúde a partir de 2012. Até 2014, o Brasil terá 4 mil pólos, incluindo os espaços já existentes, que estão sendo readequados para atender às necessidades do programa, cujas atividades devem estar ligadas aos serviços de atenção básica.

A coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, do Ministério da Saúde, Deborah Malta, observa que as academias da saúde fazem parte das estratégias do governo federal para a promoção da saúde, prevenção de enfermidades e redução de mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes, a hipertensão e os problemas cardiovasculares. “Nosso empenho em ampliar o número de academias vem da preocupação de assegurar o acesso da população de baixa renda a hábitos saudáveis, incluindo atividades físicas com a orientação de profissionais qualificados e atentos para as necessidades de saúde de cada comunidade”, explica.

Para mostrar algumas das atividades realizadas nas academias da saúde, professores de educação física vinculados ao programa ofereceram nesta terça (2) pela manhã uma aula para os participantes da 14ª Conferência Nacional de Saúde, da qual Alexandre Padilha e Deborah Malta também participaram. Ao final da aula, o ministro destacou alguns depoimentos colhidos nos municípios que já contam com academias em pleno funcionamento indicam melhoras na saúde de pessoas que passaram a se exercitar. “Tivemos relatos de diminuição de uso de antiinflamatórios, antidepressivos e de medicamentos para pressão alta – esses são indicativos da importância de uma política que estimule a prática de atividades físicas como parte de um programa de promoção da saúde e de prevenção.”

A professora de educação física Giselle Luz, da Academia da Cidade em Recife, lembra que as atividades, todas gratuitas, são oferecidas em horários variados e se destinam a pessoas de todas as idades. Para ela, as academias também se convertem em espaços para exercitar a cidadania e a participação social. “Além de fazerem exercício juntas, com orientação de profissionais com foco na saúde, as pessoas também acabam se motivando para trocar idéias.”

SEDENTARISMO E OBESIDADE– A construção desses espaços é uma das estratégias do governo federal para a promoção da saúde, prevenção e redução de mortes prematuras por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), previstas no Plano de Ações Estratégicas para Enfretamento das DCNT. Lançado em agosto, o plano tem por meta a redução de 2% ao ano nas mortes prematuras por essas doenças. Para isso, atuará para a melhoria de indicadores como tabagismo, álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade.

De acordo com o estudo Vigitel 2010, 16,4% dos brasileiros são sedentários; ou seja, pessoas que não fazem nenhuma atividade física no tempo livre, nem mesmo nos deslocamentos diários ou em atividades como a limpeza da casa ou outros tipos de trabalho. A pesquisa também mostra que, nos períodos de lazer, 25,8% dos brasileiros passam três ou mais horas em frente à TV, durante cinco ou mais vezes por semana. Além disso, apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre, com maior proporção entre homens (18,5%) na comparação com as mulheres (12%) e existe diferença importante em relação a escolaridade, 12% da população com menos escolaridade é ativa e 20% da população com 12 anos ou mai s de escolaridade é ativa, mostrando a importância de investir em espaços que promovam atividade física para ampliar o acesso da população de baixa renda. A Organização Mundial de Saúde recomenda a prática de 30 minutos de atividade física, durante cinco ou mais dias por semana.

Outro indicador preocupante se refere ao sobrepeso e à obesidade. O Vigitel 2010 mostra que 48% dos brasileiros estão acima do peso e, desses, 15% são obesos. “A obesidade é, em geral, consequência de alimentação inadequada e inatividade física, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes, por exemplo”, alerta Deborah Malta.

FINANCIAMENTO - Lançado em abril de 2011, o Programa Academia da Saúde prevê a construção de espaços públicos voltados para a promoção de atividades físicas e práticas corporais, a exemplo de iniciativas bem sucedidas realizadas em cidades como Recife, Aracaju e Belo Horizonte. Para a construção desses novos espaços, o Ministério da Saúde destinará aos municípios contemplados entre R$ 80 mil e R$ 180 mil por novo pólo. Também contarão com recursos do governo federal os municípios que já ofereciam esse serviço à população antes do lançamento do programa. Para esses pólos que já existiam serão repassados R$ 3 mil mensais ou R$ 36 mil por ano, desde que estejam adequados às condições previstas pelo programa.

Para cada Polo do Programa Academia da Saúde será obrigatório o cadastramento de profissionais de saúde de nível superior na quantidade mínima de um profissional com carga horária semanal de 40 horas ou dois profissionais com carga horária mínima individual de 20 horas semanais.

Portal da Saúde

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