quinta-feira, 18 de março de 2010

Aumento de incidência de câncer na tireoide preocupa médicos

Os médicos ainda não sabem explicar com certeza porque a incidência do câncer de tireoide tem aumentado tanto: junto com o melanoma maligno (um tipo de tumor de pele) é a neoplasia que mais cresce no mundo e no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Parte dos especialistas aposta no avanço dos meios de diagnóstico, o que teria tornado possível detectar tumores que anos antes passariam despercebidos; outros garantem que os hábitos de vida, sobretudo a alimentação, têm participação na evolução da doença.

"Entre 1973 e 2001 os casos de câncer de tireoide passaram de 3 para 7 em cada 100 mil habitantes. São dados norte-americanos, mas servem de referência também para o Brasil. Não temos aqui um rastreamento tão preciso para este tumor, mas os especialistas brasileiros relatam esse mesmo crescimento, de quase três vezes, com base na prática clínica", afirma o médico Fernando Luiz Dias, chefe da seção de Pescoço e Cabeça do Inca.

Dias lembra que o aumento de diagnósticos do câncer de tireoide coincide com a consolidação da técnica de ultra-som, que chegou ao Brasil na década de 1980 e permite uma boa análise de nódulos suspeitos no pescoço. "Além disso, como a classe médica percebeu que o câncer de tireoide é cinco vezes mais frequente na mulher, começamos a receber pacientes encaminhadas pelo ginecologista. Hoje, preconizamos que a mulher, ao iniciar sua rotina de exames ginecológicos, passe pelo ultra-som de tireoide", diz.

De acordo com os dados do Inca, a faixa populacional mais atingida pela doença é justamente a da mulher jovem, entre 20 e 50 anos. Isso se deve, na avaliação do médico Hans Graff, presidente da Sociedade Latino-americana de Tireoide, ao padrão hormonal feminino. "Está claro que o estrogênio tem uma ação proliferativa sobre as células da glândula", explica.

Entre os vários tipos de câncer de tireoide, a classe dos papilíferos é a mais comum - ela responde por 87% dos tumores nesta região, segundo informações do Inca. É também o papilífero que, segundo a especialista Laura Sterian Ward, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo, recebe mais influências dos fatores ambientais. "É um tumor que tem relação com elevadas concentrações de iodo, que são ingeridas por meio do sódio exagerado na alimentação. O sódio é iodado e aparece em abundância nos produtos industrializados. Também a obesidade é um fator de risco para o câncer de tireoide", garante a profissional, chefe do Laboratório de Genética Molecular do Câncer da Unicamp.

Segundo Laura, entre os agentes externos associados ao câncer de tireoide está ainda a exposição à radiação ionizante. "Após a explosão nuclear de Chernobyl, por exemplo, os casos de câncer de tireoide se multiplicaram naquela região. A radiação está também na atmosfera, em pequenas doses, e tomamos contato com ela nas viagens intercontinentais", diz. "Ela também vem por meio de exames médicos, como o raio X. Isso não significa que devemos abandonar esse tipo de procedimento, até porque ninguém passa por raio X todo dia. Mais preocupantes são os tratamentos a base de radiação, usados contra linfomas, por exemplo."

O médico Alberto Rossetti Ferraz, chefe da disciplina de cabeça e pescoço do Hospital das Clínicas, ressalta que o curso do câncer de tireoide não é afetado por outras doenças que podem acometer a glândula, como hipotireoidismo e hipertireoidismo. "O câncer vem de um nódulo na glândula, mas nem todo nódulo é maligno. Também é importante diferenciar nódulo de cisto: o nódulo tem tecido, com sangue circulante dentro, enquanto que o cisto tem um conteúdo líquido e um risco de malignidade bem menor", fala.

Ferraz lembra que o câncer de tireoide geralmente é assintomático, de modo que as alterações típicas da doença costumam se manifestar apenas em estágios avançados. "Engasgar fácil, dificuldade de engolir e alterações de voz são algumas delas", diz. Segundo o especialista em cabeça e pescoço do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Gilberto Castro, nem mesmo os testes dos hormônios produzidos pela glândula, como o T4, são bons indicadores para diagnosticar o quadro. "Alterações nesses hormônios também só vão aparecer em quadros muito avançados", informa. Para detectar nódulos precocemente os especialistas recomendam fazer o autoexame da glândula.

BOXE

SAIBA MAIS DETALHES E COMO TRATAR A DOENÇA:

TRATAMENTO - cirúrgico, geralmente. A tireoide é retirada e o local recebe radiação ionizante. A chance de cura é de 90%, sendo que depois o paciente passa a tomar um remédio (um comprimido ao dia) que substitui os hormônios produzidos pela glândula

PRESTE ATENÇÃO SE...

- Você passou por tratamentos à base de radiação. A técnica era bastante usada até a década de 1960. Acne, amidalite e até piolhos eram combatidos dessa forma.

- Se você tem histórico de nódulos de tireoide na família. A resistência da glândula aos fatores agressores tem ligação com um padrão genético herdado.

- Se você é homem. Nódulos de tireoide são muito mais frequentes em mulheres, quando aparecem em homens merecem mais atenção: o risco de serem malignos é maior.

- Se você tem menos de 20 anos ou mais de 60 anos. Os nódulos de tireoide costumam aparecer na mulher jovem, entre 20 e 50 anos. Quando surgem na infância ou na terceira idade há mais chance de representarem um quadro de câncer.

FAÇA AUTOEXAME -

Material necessário: Copo com água e um espelho (com cabo, se possível)

Procedimentos: 1. Segure o espelho e procure em seu pescoço a região logo abaixo do 'pomo-de-adão' (local popularmente conhecido como gogó) 2. Incline a cabeça para trás para que o pescoço fique mais exposto e focalize esta região no espelho 3. Beba um gole de água 4. Com o ato de engolir, a tireoide sobe e desce. Observe se existe algum aumento ou saliência. Não confunda a tireoide com o 'gogó'. Lembre-se de que a glândula está logo abaixo dele. Repita este procedimento várias vezes até ter certeza 5. Ao notar qualquer alteração, consulte o seu endocrinologista.

Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Livro para quem quer ficar em forma com saúde e prazer

Sucesso de vendas em sua primeira edição (mais de 15 000 leitores já estão treinando com as orientações do livro), o Programa de Caminhada e Corrida, lançado pela SAÚDE!, da Editora Abril, escrito pelo renomado e preparador físico preferido das celebridades, Marcos Paulo Reis ao lado dos triatletas Emerson Gomes e Fabio Rosa, ganha sua segunda edição, revisada e atualizada, com o que há de mais moderno quando o assunto é preparação física para amadores.

O livro é um guia completo, simples e objetivo, que ensina todos os passos de um treinamento de 16 semanas para quem pretende praticar caminhada esportiva e corrida com segurança e prazer. Ele apresenta planilhas detalhadas, dia após dia, que podem ser seguidas por homens e mulheres de todas as idades. Também traz dicas de alimentação e escolha do melhor tênis para os diferentes tipos de pisada:

Abaixo, seguem alguns trechos do livro com dicas básicas e bem valiosas para quem quer começar a atividade física:

Qual é a melhor alimentação para quem treina durante o dia?

"Para quem treina pela manhã, o melhor é investir em um desjejum leve antes de queimar o solado do tênis. Um sugestão de cardápio: suco de fruta, torrada de pão integral com geléia e ricota. Saia de casa munido de garrafa de água porque é importante se manter hidratado. Depois do treinamento, aí sim tome um bom café da manhã, que pode incluir pão integral, queijo branco, suco de fruta e iorgute, de preferência desnatado".

DICA

"É imprescindível tomar café da manhã. Quando acordamos os níveis de glicose, estão lá em baixo. É algo para esportistas ou não. Após o exercício físico, tudo vai depender do seu treino. Priorize os carboidratos se a atividade enfatizar exercícios aeróbicos. Por outro lado, após levantar pesos, invista em proteínas".

Qual o melhor tênis para a caminhada ou corrida? Depende de quais fatores?

"Modelos de tênis não faltam no mercado para todos os pés e pisadas. Um par dura entre 400 e 500k em média. Mas ele não será tão longevo se for usado diariamente. Para escolher corretamente o tênis é necessário se ater a alguns detalhes: primeiro é procurar uma loja especializada, pois muitas já contam com testes, como os que filmam os pés descalçados. Eles auxiliam a identificar o tipo de pé e a forma da pisada. E isso pode ser fundamental para evitar problemas futuros.Existem tênis específicos para os seguintes tipos de pé: pé chato ou plano, pé cavo e pé neutro. A maneira de pisar é outro ponto a ser considerado. Há basicamente três pisadas: pronador, supinador, neutro".

DICAS:

- "O tênis deve também ser meio número maior do que se usa. Além do conforto, evita o atrito com as unhas dos pés e ainda um tênis mais folgado não terá o seu formato alterado se o indivíduo optar por usar meias grossas.

- Checar o sistema de amortecimento, responsável por absorver o impacto. Ele deve ser mais eficiente para indivíduos que estão acima do peso.

- Quantos mais pontos do pé tocarem o calçado, mais equilibrada será a distribuição do peso. Assim, não haverá sobrecarga em nenhuma região da planta dos pés.

- A porção do calcanhar precisa ser um pouco mais elevada do que a da ponta para favorecer os movimentos de deslocamento, poupando tornozelos, joelhos e coluna.

- A parte superior do tênis, o cabedal - que ajuda a dar estabilidade - tem de promover uma boa ventilação, pois os pés transpiram muito durante o exercício".

Sobre o autor:

Marcos Paulo Reis, natural de Niterói , no Rio de Janeiro, é formado em Educação Física, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi técnico da seleção brasileira de triatlo nas Olimpíadas de Atenas e Sydney e dos Jogos Pan Americanos de Winnipeg e Mar del Plata. É dos um dos preconizadores da assessoria para orientação de atletas amadores e trabalha com diversas personalidades como, Daniela Cicarelli, João Paulo Diniz, o VJ Thunderbird, o piloto Toni Canaan e a apresentadora Patrícia Maldonado.

Secretário João Ananias inaugura nova emergência do hospital-polo Eduardo Dias

O secretário da saúde do Estado, João Ananias, inaugura no dia 31 de março, às 9 horas, a primeira etapa das obras de ampliação do Hospital Eduardo Dias, em Aracati. A nova emergência do hospital, uma área de 642 metros quadrados, tem setores de acolhimento, agendamento de consultas, consultórios e sala de observação. A obra foi construída com recursos do Tesouro do Estado, no valor de R$ 420 mil, alocadas no Plano de Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários do Governo do Estado - MAPP da Saúde.

Hospital-pólo da 7ª microrregião de saúde, o Hospital Eduardo Dias é referência para assistência de média complexidade para uma população de 160 mil habitantes dos municípios de Beberibe, Fortim, Icapuí, Itaiçaba e Aracati. Municipalizado em 2004, o hospital pertencia à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). É a primeira ampliação e reforma desde a fundação, há 38 anos.

As obras vão continuar. Para a segunda etapa de ampliação do hospital Eduardo Dias, as obras serão licitadas já no mês de abril. Com mais essa ampliação, o hospital passará a contar com o centro de imagens equipado com um tomógrafo fornecido pelo Ministério da Saúde e aparelho raio X de última geração, garantido pelo Governo do Estado. Com as obras, o hospital-pólo vai melhorar a assistência de média complexidade na região, aumentando a capacidade de atendimento e evitando transferências de pacientes para a capital.

Mais quatro hospitais-polo foram ampliados e reformados. No início deste mês, o secretário João Ananias inaugurou as novas instalações da emergência, laboratório e do setor de nutrição do hospital-pólo Santa Isabel, em Aracoiaba. Em Tauá, no Hospital-pólo Alberto Feitosa Lima, foram realizadas obras no centro de parto. Em Quixeramobim, a emergência do Hospital Dr. Pontes Neto ficou ampliada e nova. Em Limoeiro do Norte, o hospital-pólo Deoclécio Lima Verde, também está com uma nova emergência. Para a realização das obras dos cinco hospitais-pólo, o Governo investiu, em recursos do Tesouro Estadual, 1 milhão e 765 mil reais.

Hospitais-pólo são uma estratégia da Sesa, com hospitais públicos e filantrópicos, para reforçar a assistência à saúde da população na média complexidade e atenção secundária.Tudo para ampliar e melhorar a assistência na região, reduzindo deslocamento de pacientes para Fortaleza. Por mês, a Secretaria da Saúde do Estado libera, através de convênios, 3 milhões e 825 mil reais para 34 hospitais-pólo. Os recursos são exclusivamente do Tesouro do Estado.

Fonte: SESA - CE

FNS: PACS E PSF já estão disponíveis. Saúde Bucal será pago em seguida

Gestores Municipais de Saúde já podem contar com os recursos já transferidos do Piso de Atenção Básica Variável (PAB Variável) relativamente a ao menos dois de seus componentes - os programas de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o Saúde da Família (PSF). Outro dos incentivos, embora esteja assegurado, o Programa de Saúde Bucal, ainda não está disponível para os municípios, o que deverá ocorrer em breve, porém sem previsão do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

Esses pagamentos, como se sabe, obedecem aos fundamentos do Bloco da Atenção Básica, um dos cinco blocos de financiamento que, a partir da definição do Pacto pela Saúde, passaram a compor os recursos federais destinados ao custeio de ações e serviços da Saúde.

Este Bloco é formado por dois componentes: o Piso de Atenção Básica Fixo (PAB Fixo) e o Piso da Atenção Básica Variável (PAB Variável), precisamente o concernente aos entendimentos mantidos entre o Presidente do Conasems e o diretor do FNS para a atual transferência.

Este PAB Variável é constituído por recursos destinados ao custeio de estratégias, realizadas no âmbito da atenção básica em Saúde. Os recursos do PAB Variável são transferidos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos fundos de Saúde dos municípios e Distrito Federal mediante adesão e implementação das ações às quais se destinam, desde que constantes nos respectivos planos de saúde.

Com a aprovação do Pacto pela Saúde, os recursos de custeio das ações de assistência farmacêutica e de vigilância sanitária, que antes integravam o PAB Variável, passaram a compor os blocos de financiamento da assistência farmacêutica e da vigilância em Saúde, respectivamente.

Fonte: Conasems

Saúde do Idoso

São diretrizes importantes para a atenção integral à saúde do idoso:

1) promoção do envelhecimento ativo e saudável;

2) manutenção e reabilitação da capacidade funcional;

3) apoio ao desenvolvimento de cuidados informais.

O envelhecimento ativo e saudável consiste na busca pela qualidade de vida por meio da alimentação adequada e balanceada, prática regular de exercícios físicos, convivência social estimulante, busca de atividades prazerosas e/ou que atenuem o estresse, redução dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco e diminuição significativa da auto-medicação. Um idoso saudável tem sua autonomia preservada, tanto a independência física, como a psíquica.

É importante qualificar os serviços de Saúde para trabalhar com aspectos específicos da saúde da pessoa idosa (como a identificação de situações de vulnerabilidade social, a realização de diagnóstico precoce de processos demenciais, a avaliação da capacidade funcional etc). É necessário garantir acesso a instrumentos diagnósticos adequados, a medicação e a reabilitação funcional da população idosa, prevenir a perda de capacidade funcional ou reduzir os efeitos negativos de eventos que a ocasionem.

Cabe, portanto, à gestão municipal da saúde desenvolver ações que objetivem a construção de uma atenção integral à saúde dos idosos em seu território. É fundamental organizar as equipes de Saúde da Família e atenção básica, incluindo a população idosa em suas ações (por exemplo: atividades de grupo, promoção da saúde, hipertensão arterial e diabetes mellitus, sexualidade, DST/aids). Seus profissionais devem estar sensibilizados e capacitados a identificar e atender às necessidades de Saúde dessa população.

Fonte: Ministério da Saúde