quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Número de obesos duplicou nos últimos 30 anos

Norte-americanos continuam a ser a população mais obesa, em países desenvolvidos

Obesidade afeta 500 milhões de adultos em todo o mundo

Atualmente a obesidade afecta dez por cento dos adultos em todo o mundo. Esta percentagem, o dobro de há 30 anos, representa 500 milhões de obesos, a maioria mulheres.
O alerta foi feito por um estudo publicado na revista "The Lancet", que avaliou a evolução desta condição entre 1980 e 2008 em pessoas com mais de 20 anos.
Os resultados foram alarmantes: mais de um por cada dez adultos estava obeso, sendo que, entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos são o país que lidera o ranking. Já a população do Japão é a menos afectada pelo excesso de peso.

Segundo o estudo coordenado por Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, e Salim Yusuf e Sonia Anand, do Instituto de Estudos da População/Saúde de Hamilton (Canadá), o excesso de peso é caracterizado por um índice de massa corporal (IMC) acima de 24 quilogramas por metro quadrado.
Ao longo dos 28 anos analisados, este parâmetro usado para medir a relação entre peso e a altura aumentou entre os homens e as mulheres. A nível global, 1,46 biliões de adultos registam excesso de peso, sendo que a obesidade quase duplicou. Actualmente afecta 205 milhões de homens e 297 milhões de mulheres, o que corresponde a 9,8 e 13,8 por cento, respectivamente.
Embora a obesidade seja associada sobretudo aos países ricos, os menos desenvolvidos também são afectados. A pequena ilha de Nauru, no Pacífico sul, com 14 mil habitantes, registou em 2008 a maior média de IMC: 33,9 nos homens e 35 nas mulheres. Já em 1980, esta ilha estava no topo da lista, mas com valores inferiores - 28,1 para os homens e 28,3 para as mulheres.

Entre os países ricos, os Estados Unidos, que já tinham a população com maior taxa de obesidade em 1980, permanecem em primeiro lugar, com um IMC de 28,5. Seguem-se a Nova Zelândia e Austrália entre as mulheres, e o Reino Unido e Austrália entre os homens.

Países desenvolvidos: Japão no fundo da lista

Majid Ezzati, Sonia Anand e Salim Yusuf coordenaram o estudo

O Japão tem o menor IMC (22 para os homens e 24 para as mulheres) entre países desenvolvidos. No que concerne aos menos desenvolvidos, as mulheres do Bangladesh registam o menor índice entre as mulheres, enquanto a República Democrática do Congo é a primeira entre os homens.
Relativamente à Europa ocidental, a Itália é um caso raro, pois o IMC das mulheres caiu nos últimos 28 anos. Na Bélgica, Finlandia e França, o índice de massa corporal das mulheres sofreu uma ligeira subida. As suíças são as mulheres mais magras da Europa, seguidas pelas francesas e italianas, enquanto os europeus mais magros são os franceses.
O estudo lembra ainda que o excesso de peso, fruto da má alimentação e da falta de actividade física, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial e algumas formas de cancro, problemas que estão na base de três milhões de mortes por ano.

Ciência Hoje

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