sexta-feira, 18 de março de 2011

Desafio da assistência à dengue é "óbito zero", diz especialista

“Se a dengue é uma doença prevenível, o propósito deve ser óbito zero”. Esse foi o desafio proposto pelo médico cubano Eric Martinez aos diretores clínicos de hospitais públicos e particulares, reunidos na tarde desta quinta-feira, 17 de março, na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), para ouvir recomendações de um dos maiores especialistas do mundo em dengue sobre o manejo de pacientes. Consultor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Eric Martinez concluiu, à noite, também na ESP/CE, em reunião com médicos e enfermeiros de hospitais de Fortaleza, a consultoria para atualização dos profissionais de saúde e organização da assistência aos pacientes com dengue, iniciada na segunda-feira, 14.

Para destacar o papel das unidades de saúde nas epidemias de dengue, Eric Martinez disse que, para a prevenção da doença, é preciso o envolvimento de toda a comunidade, dos governos e das instituições públicas e privadas, “mas para evitar óbitos, só temos os serviços de saúde”. Segundo ele, as unidades de saúde mais importantes na prevenção de óbitos estão na atenção básica. “As unidades básicas estão mais perto da família do doente e essa é a garantia para que o paciente tenha acompanhamento”, afirmou.

Aos hospitais, segundo o médico, cabe colaborar com a credibilidade da assistência, em sintonia com as unidades básicas de saúde, inclusive orientando e encaminhando pacientes sem gravidade para os postos de saúde. “Para o hospital, deve ser melhor oferecer serviço do que receber 100 pacientes”, comparou Eric Martinez. De forma inversa, ao receber pacientes com gravidade, o hospital deve, primeiramente, oferecer bom acolhimento, seguido de atendimento eficiente por profissionais treinados e a garantia de acompanhamento, fundamental para controlar o agravamento da doença e evitar mortes.

O desafio para os hospitais, indicou Eric Martinez, é garantir leitos aos pacientes que precisam de internação e os cuidados com o manejo clínico. O acompanhamento constante, reforçou, é fundamental para a classificação de risco, identificação dos sinais de alarma e o choque. Para cada um dos sintomas e estágios mais graves da doença, que se manifestam depois que a febre passa, o médico mostrou, com base em históricos clínicos, o tratamento adequado para evitar a morte por dengue.

SESA/CE

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